segunda-feira, 18 de maio de 2009

"CIRANDA DO NUMERO 16"

Noite rara
Um dia especial
Uma chance em um milhão
Vontade persistente
De conquistar seu coração
Uma caneta cai no chão
Laranja e amarelo estampado
Cores que pulsam em meu coração
Ciranda da imortalidade
Brincando com sentimentos
Abaixo os ouvidos atentos
Acima uma voz a ressoar
Destinos entrelaçados
Como nunca se ouviu falar
Pedaços estilhaçados
Sem poder colar
Papel, palavras e caneta
Jeito simples de se gostar
Bala, Pirulito, doce de leite
Açucarada forma de amar
Chocolate contornando a rosa
Pétalas a desabrochar
Minha vida em tuas mãos
Dedos a se entrelaçar
Tua vida em meus dedos
Medos a sufocar
Amo a vida que me deste
Amo o perfume que descobri em você
Amo o que não posso amar
Vivo a contar, de zero a dez,
De dez a dezesseis...
Que número vai dar?
Cálculos e probabilidades
Para a subjetividade das palavras
Que só queriam se unir
Que só queriam cantar o amor
Que só queriam se entregar
Um mais um, igual a dezesseis,
A Primavera voltou

(Luciana Carvalho de Oliveira -16.05.2009)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

PLUMAS AO CHÃO

Palavras são plumas
Que ventos andarilhos carregam
Pousam na mente, instalam-se
Produzem ninhos, procriam...
O primeiro vôo é inesquecível,
A sensação de medo, o despenhadeiro...
O atrevimento de experimentar a liberdade,
O vento afagando as asas
E logo vem a queda..
Plumas ao chão.

(Luciana Carvalho de Oliveira)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

***O RECLUSO***

Um velho all star preto jogado na sala
Batata frita no sofá e várias meias pelo chão
Na cozinha, algumas caixas de pizzas e garrafas
Somente a cozinha tem luz, nenhum ambiente é iluminado
As lâmpadas queimaram e não existiu a reposição das mesmas
As paredes estão desenhadas, escritas com frases e poesias
Parece que o tempo está ameaçando um temporal lá fora
Mas, aquele homem não está nem um pouco preocupado
Ele passa os seus dias dormindo, trancado em seu apartamento
Solitário e amargurado, ele dorme durante o dia
Intrigado e maníaco, ele monta suas coleções de quebra-cabeças quando a noite cai
Somente de madrugada é que vai na loja de conveniência fazer compras
Alimenta-se de pesadelos, solidão, abandono, depressão e mania de se esconder
Ele não quer enlouquecer, ele não pensa em morrer.
Porém, também não aprendeu o que é ser...
Ser humano,
Ser vivente serenamente
Ser recipiente de um Espírito,
De uma mente Sobrevivente
Rodeada de almas doentes.


(Luciana Carvalho de Oliveira - )

***SEMEAR***

Não importa o nível que você já conseguiu atingir na sua vida
O caminho sempre te reserva alguma surpresa e tens que estar preparado
Se você não é o piloto, então seja a bússola
Se você não é o mar, então seja o vento
Quando notares a tempestade pelo caminho
Busque equilibrar-se para poder atravessa-la
Quando sentires que a fumaça invadiu o seu refúgio
Lembre-se que o fogo é implacável, terás que agir depressa
Quando estiver angustiado sem saber para onde correr
Quando as escolhas não saciarem mais os seus desejos
Pule ...
Não tenhas medo do abismo e nem das rochas
Não pense em heranças, nem mesmo na família
Essa é uma busca que só você poderá percorrer
O objeto almejado é na verdade o teu próprio Espírito
Gritanto por respostas, Calando-se diante de tantos mistérios
O desespero não pode vencer-te jamais...
Você é Espírito e controla a mente que tens
Seja parte do mistério,
Construa estradas...
Construa veleiros...
Mas não carregue ninguém nas costas
As pessoas sempre aprendem como andar sozinhas
Apenas mostre o caminho
E encontrarás num futuro próximo
As sementes anteriormente plantadas,
Algumas transformadas em árvores frutíferas
Outras em negro e obscuro carvão
Porém, cada uma com uma missão...


L.C.O. 13.11.2007

***VIOLENCIA PRIMATA***

Os cães latem em plena madrugada
Carros gastam os seus pneus na estrada
As horas travam ininterruptas batalhas
Os seres viventes possuem amarras
Bebemos o que sacia a sede
Devoramos o que tiver pela frente
Punhos e pernas atrelados
Quem nos trancou com estas correntes?
Quem cometeu tantos atos insanos?
Quem devastou continentes...
Destruiu as nascentes...I
Incendiou tantas florestas..
Matou e fez a festa?
Só pode ter sido algum selvagem
Algum bárbaro primitivo
Perdido no tempo
Um ser que não o é..
Um dragão que exala enxofre
Que é alado, sem anjo ser
Ser estragado...
Obscuridade maléfica
Terras de lodo e troncos secos
Seres híbridos ..
Mares sangrentos
Lendas malditas
Vidas Perdidas

L.C.O. 16.11.2007

***FOR SALE***

Já parou para pensar
No estrago que faz
O seu egoísmo?
Nem eu.

Talvez,
Seja esse o motivo
Para tanto descaso
Simplesmente,
Não pensamos
E nem é por maldade
É porque não nos ensinaram

Na família, na escola
Na sociedade,
No trabalho
Fomos programados
Para assistir novelas
Comer hamburguer com batatas
Assistir os enlatados U.S.A
Ouvir o mundo em inglês...
Calçar a vírgula do burguês

Mas, pensar em nosso egoísmo,
Na falta de oxigenação no cérebro
E em toda a nossa estupidez...
Não impedem que absorvamos
O que há de bom em outras culturas

Beber água escura,
Competir a qualquer preço
Time is money
Ou na verdade,
Você está vendendo o seu?

L.C.O. 19.01.2008

***QUANDO AS PALAVRAS CRIAVAM ASAS***

Buscava metas para alcançar
Projetava novos caminhos
Criava formas de superação
Empenhada em novas descobertas
Não tinha olhos para o chão
Permitia-se sonhar alto
Criava sem precisar manter
Os pés presos ao solo
Voava por ininterruptas noites
Planava por indizíveis sentimentos
Alterava por vezes, seus pensamentos
Tudo parecia óbvio
A sede por conhecimento
A ansiedade por movimento
A angustia de estagnar
A esperança de alcançar
Permitia-se ser original
Criava personagens
Humanos,insanos,distorcidos
Amargurados,apaixonados,enfurecidos
Tudo parecia novo
Cada linha traçada
Cada verso sofrido
Cada texto atrevido
Sentimentos reciclados
Palavras, frases e períodos Vivos!
Era assustador...

Quando as palavras
Criavam asas
Quando as palavras
Criavam pés
Quando as palavras
Criavam olhos
Quando as palavras
Criavam mãos

Asas que planavam...
Pés que caminhavam...
Olhos que enxergavam...
Mãos que tocavam...

Porém,
Para planar
É preciso um abismo
Porém,
Para caminhar
É preciso pisar o solo
Porém,
Para enxergar
É preciso o objeto

Porém,
Para tocar verdadeiramente...
Com o Espírito
Foi preciso alguma vez...
Ter sido capaz de sentir.

L.C.O. 19.01.2008